sábado, 12 de janeiro de 2013

Li em 2013 #1


Extras - Scott Westerfeld

Extras foi o primeiro livro que li em 2013 e não vejo livro melhor para estrear a tag! Extras é o quarto e último volume da série "Feios" do autor Scott Westerfeld. Os volumes anteriores são Feios, Perfeitos e Especiais. Esta é a capa brasileira, mas gosto mais dessa versão de capa, que tem mais a ver com a história: 


 Calma, vocês já vão entender. 

 "Feios" é minha série de livros preferida. Ok, ainda fico em dúvida entre Feios e Harry Potter, mas são coisas tão completamente diferentes, então nem vejo como comparar. Para evitar qualquer confusão, corrijo: "Feios" é minha série de livros de ficção científica preferida! Depois de livros "sobrenaturais" para teenagers, a moda agora são as distopias, não é? Corrijam-me se eu estiver desatualizada. Acontece que o divo do Scott Westerfeld foi um dos pioneiros a escrever sobre o assunto, já que o primeiro volume, Feios, foi lançado em 2005. 

*OBS: distopias seriam sociedades imaginárias controladas por um poder opressivo, geralmente retratando a sociedade atual sob condições extremas no futuro. O oposto de utopia, que seria uma sociedade perfeita, porém inalcançável. Exemplo de livros que retratam distopias: Jogos Vorazes, Divergente, A Seleção.

 Bom, a série Feios retrata uma sociedade futurista onde a ditadura da beleza impera. Mas é uma sociedade que, aparentemente, atingiu a perfeição. Não há mais guerras, destruição da natureza, miséria, nem nada disso. Nem o dinheiro existe mais e a medicina está mais avançada do que nunca. Quando os adolescentes fazem 16 anos, passam por uma cirurgia que os tornam perfeitos fisicamente e podem morar em uma cidade chamada Nova Perfeição. Lá, não precisam se preocupar com mais nada, a não ser com a roupa (que, por acaso, sai de um buraco na parede) que vão usar na festa da noite. Tudo parece lindo, não é? Um mundo onde todo mundo é lindo e despreocupado. É tudo com o que Tally Youngblood, a protagonista, sonha. Mas, espera aí, Bia, você não disse que era uma distopia? Está mais parecendo uma utopia! Calma lá, pessoal! Acontece que Tally é uma Feia (como são chamadas as pessoas que ainda não passaram pela cirurgia para se tornar Perfeitas) um tanto rebelde. Ela não vê a hora de fazer 16 anos para poder se tornar Perfeita e se mudar para Nova Perfeição (a vida no dormitório dos Feios é um tanto entediante), mas não espera sentada como os outros. Ela sempre dá um jeito de burlar a segurança e se infiltrar em Nova Perfeição, pelo simples prazer  de observar os Perfeitos. Só que, em uma dessas escapadas, ela acaba conhecendo Shay (minha personagem preferida!), uma feia com quem ela se identifica logo de cara, por também ter esse espírito aventureiro. Porém, ao contrário de Tally, Shay não quer fazer a cirurgia! E, mais do que isso, ela pretende fugir da cidade para sempre, para viver com os Enfumaçados, um grupo de Feios que vivem na natureza e são contra o sistema. É então que Tally começa a descobrir que tem algo de muito podre por trás da sociedade "perfeita" e das cirurgias. A partir daí, a história pega fogo até o último livro (não que já não tivesse tido muita ação antes, os capítulos em que Tally e Shay ainda vivem nos dormitórios são uns de meus preferidos), que é o motivo pelo qual eu amo o Scott Westerfeld. Mas agora vou pular direto para o último livro, Extras, para evitar spoilers!

 Bom, Extras é, como o próprio nome diz, uma espécie de "livro extra". A história se passa no mesmo universo de Feios, Perfeitos e Especiais, porém com outra protagonista. Em Especiais, as ações de Tally e seus amigos mudaram para sempre a sociedade, e é nesse mundo novo que vive Aya. Assim como Tally em Feios, Aya é uma adolescente Feia de 15 anos. Só que, dessa vez, o que impera não é mais a beleza, mas a popularidade de cada cidadão. Na época da ditadura da perfeição, todos os Perfeitos moravam em mansões e tinham tudo o que queriam, bastando pedir para o buraco na parede. Já no mundo de Aya, os privilégios das pessoas dependem da quantidade de méritos e reputação que elas possuem. Pessoas anônimas, como Aya, são chamadas de Extras, ou seja, figurantes. Por um lado, o funcionamento da cidade de Aya estimula a criatividade e a inteligência da população, afinal, para ser reconhecido, é preciso se destacar de alguma forma, criando ou divulgando coisas interessantes. Por outro lado, algumas pessoas passaram a apelar para a fama fácil, se perdendo em divulgar futilidades e na difamação alheia (parece familiar?). 

Assim como a Tally no primeiro livro, Aya é uma adolescente entediada que sonha com a vida que não tem. Só que a diferença é que ela precisa conquistar esta vida com seus próprios esforços. Em Extras, cada pessoa tem seu próprio canal na interface da cidade, onde posta o que quiser, como em um vlog. Algumas, como Nana Love, a segunda pessoa mais famosa da cidade, falam sobre ex-namorados e sobre qual chapéu deve usar na próxima festa. Outras, como Aya, são divulgadoras, ou seja, procuram novidades para dividir com a população. Apesar de montar matérias interessantes, poucos se importam com o que Aya tem a dizer, preferindo canais fúteis ou sensasionalistas. Porém, tudo muda quando ela descobre um grupo de garotas que se auto-denominam Ardilosas. As Ardilosas amam fazer coisas que colocam sua vida em risco, como surfar em trens ultra rápidos. Ao contrário do que possa parecer, elas não fazem isso para chamar atenção, mas mantém tudo em segredo e trocam de identidade de tempos em tempos para alcançar um anonimato cada vez maior! E, por isso mesmo, odeiam divulgadores. Aya, por sua vez, vê nelas a oportunidade perfeita para alcançar a almejada fama e se infiltra no grupo para poder fazer a maior matéria de seu canal. Só que, como era de se esperar, Aya acaba se envolvendo mais do que deveria e descobre o maior furo de reportagem do século! Isto, é claro, a coloca em sérios riscos e só uma pessoa é capaz de ajuda-la: Tally Youngblood (a pessoa mais famosa do mundo e protagonista dos livros anteriores). E, no final, descobrimos qual é o verdadeiro motivo do livro se chamar Extras. 

 Alguns fatores fizeram com que Extras fosse o meu livro preferido de toda a série: 

1. A cidade de Aya é um tipo de sucessora de Tokyo (diferentemente da história de Tally, que acontece toda no Ocidente). A cultura japonesa impera no livro e isso não atrapalha em nada na estruturação do universo criado pelo Scott Westerfeld, muito pelo contrário! (Aliás, descobri recentemente que o Scott é um fã declarado de mangás, quem diria?). 

2. As personagens. Eu amo todas as personagens novas! Muito mais do que as da trilogia de Tally, em que eu só amava a Shay (que é odiada por muitos, mas na minha opinião é a verdadeira heroína dos livros) e adorava quando o Andrew Simpsom Smith aparecia. Em Extras, adoro Aya, Hiro (irmão dela, que é um divulgador famoso), Ren (melhor amigo de Hiro), Frizz (um Perfeito com olhos de mangá que fez uma cirurgia no cérebro que o impossibilita de mentir!), todas as Ardilosas e até mesmo o Udzir (vocês só descobrirão quem é lendo, hihi). Meu preferido é o Frizz e fiquei com vontade de saber mais sobre a história dele (isso, aliás, é outra característica do autor, a presença de personagens profundos e complexos).

3. Apesar de ser uma distopia e uma ficção científica, é uma analogia perfeita à nossa sociedade! A trilogia Feios já retratava muito bem a mentalidade da nossa população em relação à importância exagerada dada à beleza e Extras faz um retrato ainda mais fiel, só que em relação à busca cega pelo reconhecimento e à dependência da internet e redes sociais. O mais assustador é que Extras foi publicado em 2007 e, alguns conceitos do livro que poderiam ser considerados um tanto abstratos naquela época, hoje podem ser visualizados na vida real! Como blogueira amadora, me vi em Aya muitas vezes e, em alguns momentos, podia jurar que o Scott (sente a intimidade) se inspirou em determinadas celebridades internéticas brasileiras para criar certos personagens. 

4. Apesar de terem muito em comum, a personalidade e ponto de vista de Aya são completamente diferentes dos de Tally, o que expande nossa visão da história.

5. MOGGLE! Também só descobrirão o que/quem é lendo!

Estou com aquela sensação de que ainda falta citar muita coisa que eu amo nessa série e nesse livro e na escrita do Scott Westerfeld, mas isso só enfatiza o quanto vocês precisam ler essa série. De verdade. 

 Ah! E, para finalizar, uma última coisa sobre a série que eu acabei de descobrir! O Scott Westerfeld fez mais uma continuação para a série, só que em forma de graphic novel (vulgo mangá)! E sabe o que é o melhor?? A obra se chama "Shay's Story"!!! É a história da Shay, a melhor amiga de Tally que se passou por vilã em grande parte do livro e é minha personagem preferida! O Scott concorda comigo e também acha que a Shay é a maior injustiçada da história e, por isso mesmo, resolveu contar tudo pelo ponto de vista dela. Tem como não amar esse cara? Olha aqui, olha aqui!
Para ter uma ideia de como é:




 Parece que já foi publicado no Brasil pela Galera Record! Já pode surtar?

Espero que tenham gostado do primeiro Li em 2013! No próximo, irei falar sobre o meu livro preferido! Tchau!




7 comentários:

  1. Gosto muito de distopias! Amei Jogos Vorazes, A seleção e Destino (mas larguei Estilhaça-me na metade..) Eu já ouvi falar muito dessa série, e todo mundo sempre elogia, mas nunca me chamou atenção, sabe? Não sei, essa história de feios e perfeitos me parece meio bizarra.. mas enfim, pretendo ler um dia!
    Beijos!!

    Am
    http://www.vinteepoucos.com.br/

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  2. Pior que o mais legal é que a maneira como a tecnologia é abordada na história faz essas cirurgias bizarras (e outras coisas aparentemente absurdas) parecerem naturais, no contexto da trama, é claro. E, ao mesmo tempo, os livros também abordam muito a natureza como tema. Mais uma vez, recomendo super ;)

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  3. cara, vai pra minha lista. adorei a historia véi! *-*
    me lembrou "o preço do amanhã" ja assistiu?

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  4. gostei bastante eu ainda tenho que ler perfeitos por que gostei muito de feios

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  5. Que bom que vc gostou, Srt. Vasconcelos! Nunca assisti, é bom? Se lembra os livros, já fiquei com vontade de assistir *-*

    Lilian, leia sim, leia meeesmo! Só vai melhorando, a cada livro!

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  6. Ainda não li Extras. Parece ser bom. Terminei Especiais hoje e achei uma porcaria :P Feios e Perfeitos eram melhores.
    Entendo que a Tally agia como uma criança, as vezes, mas não consigo ver nada de muito bom na Shay KKKKK Também não encontrei a HQ em Português ainda. Quem sabe depois de ler, eu mude de ideia!
    Beijos!

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  7. Eu também não gostei muito de Especiais, principalmente por causa do que acontece (ou do que não acontece) com a Tally no final... Mas se você gostou mais de Feios e Perfeitos, acho que vai gostar de Extras, que é bem na pegada do início da série mesmo! Se mudar de ideia, me diga, Pam! *-*

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