sábado, 18 de janeiro de 2014

Obrigada


Obrigada, natureza. Pelas folhas balançando. Pelo vento em meus cabelos, por seus sons. Pelo reflexo da água, pelas formigas e seu trabalho incessante. Pelo bater do coração e também por seu cessar. Pelo fim e pelo recomeço. Por nunca haver um momento sequer de silêncio, pois ele se faz desnecessário. Pela vida que pulsa, solitária, e pelo grande organismo que é composto por todas as pequenas coisas que compõe todas as outras. Obrigada pela pequenez, pela grandeza de imensurável proporção. Pela ignorância e pela sabedoria que nos permite enxergar o tamanho de nossa própria ignorância. Obrigada por tudo o que não é humano. Por seus gatos pretos, pelo cervo saltitando na floresta e por todas as formas de vida que sabem voar. Pela profundidade do oceano e seus mistérios. Pela profundidade do ser e seus mistérios. Por tudo o que não faz parte deste mundo, mas está tão impregnado em tudo o que representa o existir. Obrigada pela mobilidade e constante expansão. Pelo movimento, pelas discrepâncias e por todos serem iguais em sua singularidade. Pelos instintos, pelo pensamento. Pela minha limitação enquanto simples e ordinária célula que faz parte de algo maior em sua complexidade e infinitude. Obrigada. Por eu ser o grão de areia e o floco da neve que nunca conheci.

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