domingo, 9 de junho de 2019

Jardim

Um amor que de fatos se dispõe 
para decompor o mais remoto ato de coragem

Que só existe no futuro dos meus mais lúcidos sonhos diurnos
já que dos noturnos eu me privo por não dormir

E é dos olhos que só se fecham nos momentos errados
que eu mais preciso no anseio da verdade
que não posso te contar

Um amor que da realidade se esconde
quando nos julgamos desmerecedores de um presente feliz

Queria nunca ter comprado suas fantasias de impotência
Sua fadiga, minha dormência
que a ambos nos impede o despertar 

Foi por no passado tanto ter mentido 
que nunca me foi permitido, do translúcido mistério,
entender o que é o amar

Um amor que feito semente patogênica
fez da terra seu poema 
de flores de plástico e palavras de aço,
frias como uma queda ao fundo do mar.


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